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Maturidade em IA: Lições do Gartner e Caminhos para Evoluir

Maturidade em inteligência artificial (IA) representa o divisor de águas entre experimentar tecnologia e incorporar IA como diferencial competitivo, ético e sustentável. Organizações que evoluem em maturidade superam o ciclo de pilotos isolados, conectando IA à governança, cultura, dados, engenharia e propósito estratégico (Gartner, 2025a).


Gartner AI Maturity and Roadmap
Fonte: Gartner 2025a

 O que é maturidade em IA segundo o Gartner


O Gartner propõe que maturidade em IA envolva evolução em cinco níveis e sete pilares, onde cada aspecto é desenvolvido de forma integrada e incremental:

 

Os sete pilares são:

  1. Estratégia: IA articulada à visão e aos objetivos de longo prazo, assegurando alinhamento da liderança e clareza de propósito.

  2. Valor: Definição rigorosa e acompanhamento de KPIs, com mensuração contínua do impacto e ROI das iniciativas inteligentes.

  3. Organização: Estrutura colaborativa, papéis claros e squads multidisciplinares que integram negócio, tecnologia, dados e compliance.

  4. Cultura: Incentivo aberto à aprendizagem, experimentação responsável, letramento em IA, e segurança psicológica para inovar e ajustar rotas.

  5. Governança: Políticas formais de ética, explicabilidade e compliance, trilhas de revisão humana e protocolos para adaptação a exigências legais (por exemplo, LGPD).

  6. Engenharia: Processos técnicos sólidos para automação, integração eficiente, arquitetura flexível, versionamento e operações em escala.

  7. Dados: Dados tratados como ativos estratégicos: integrados, catalogados, de qualidade auditável e com governança continuamente aprimorada (Gartner, 2025a).


Esses pilares evoluem em cinco níveis de maturidade progressivos, do estágio inicial à liderança. O progresso é percebido quando IA deixa de ser apenas uma experiência técnica e passa a compor a estratégia, governança e operação do negócio (Gartner, 2025a).

 

Visão dos 5 Níveis de Maturidade


  • Inicial: Predominam pilotos isolados e experimentos sem padronização ou governança.

  • Emergente: Aparecem primeiras parcerias, tentativas de replicação e padronização parcial, mas resultados e dados ainda estão fragmentados.

  • Estruturado: A empresa desenvolve políticas de governança e squads multidisciplinares, antecipa padrões de compliance e começa a mensurar valor de forma recorrente.

  • Escalonado: IA alimenta múltiplos fluxos críticos; cultura e dados estão integrados; automação, revisão ética e adaptação regulatória tornaram-se práticas regulares.

  • Líder: IA está no core da estratégia, equipes são adaptativas, dados são motor de decisão, e a organização está pronta para inovar e sustentar ganhos frente a novos desafios (Gartner, 2025a).


Por que maturidade em IA é decisiva


Empresas maduras em IA são capazes de:


  • Escalar soluções e resultados, mesmo em ambientes voláteis.

  • Proteger-se de riscos regulatórios, operacionais e reputacionais, com governança ativa e compliance ágil.

  • Integrar IA ao planejamento estratégico, acompanhando KPIs relevantes e aprendendo com ciclos de execução.

  • Fomentar colaboração real entre áreas, atraindo talentos e promovendo cultura de aprendizagem contínua.

  • Agilizar respostas a tendências de mercado e mudanças legais, ao invés de reagir tardiamente.


Já empresas em estágios iniciais enfrentam dificuldades para avançar além de pilotos, dependem de poucos especialistas, experimentam silos e atrasos, e fragilizam sua capacidade de gerar valor sustentado (Gartner, 2025b).

 

Como a Appia impulsiona a maturidade dos clientes


A Appia adota abordagem prática e customizada para acelerar a maturidade em IA – ancorada tanto em frameworks internacionais quanto em experiência no contexto brasileiro. As principais frentes de atuação são:


  • Diagnóstico 360º: Ferramentas e entrevistas para mapear forças e lacunas nos sete pilares, dando transparência sobre o estágio real da empresa.

  • Governança ativa: Estruturação de políticas, comitês de decisão, trilhas de revisão e protocolos éticos e de explicabilidade, conectando times de dados, negócio, jurídico e compliance.

  • Cultura e letramento em IA: Programas escaláveis de capacitação, oficinas práticas e estímulo a squads multidisciplinares – levando conhecimento técnico e estratégico sobre IA para todas as camadas da empresa.

  • Gestão e engenharia de dados: Inventário, integração, automação e padronização, priorizando dados confiáveis como base para valor contínuo em IA.

  • Execução colaborativa: Squads articuladas em ciclos de entrega incremental, com KPIs monitorados e revisões de práticas constantes.

 

Empresas líderes versus iniciantes – na prática


  • Líderes: Estruturam IA desde a definição estratégica, fomentam cultura digital integrada, promovem decisões de negócio baseadas em dados, revisam projetos com agilidade e segurança.

  • Iniciantes: Mantêm pilotos isolados, enfrentam barreiras de comunicação e colaboração, adotam políticas reativas ou inexistentes, têm maiores riscos de compliance e resultados pouco escaláveis (Gartner, 2025a).

 

Recomendações para acelerar a maturidade


  • Crie políticas de governança sólidas e trilhas de revisão ética desde os primeiros projetos.

  • Vincule as iniciativas ao planejamento estratégico, com patrocínio de executivos e metas mensuráveis.

  • Estabeleça gestão integrada de dados, com catalogação, versionamento e acesso seguro.

  • Implemente programas de letramento em IA, com trilhas práticas adaptadas aos diferentes perfis da companhia.

  • Promova squads multidisciplinares estáveis, com entregas incrementais e feedback contínuo.

  • Monitore, revise e compartilhe aprendizados, ajustando ações a benchmarks, normas regulatórias e tendências globais (StackSpot, 2024; Xcube Labs, 2025).

 

Letramento em IA e Transformação de Cultura


Não há maturidade em IA sem avanço estruturado no letramento analítico dos times. Conforme destaca o Gartner, o desenvolvimento de programas de capacitação contínua para todos os públicos da empresa — líderes, especialistas, áreas de negócio, jurídico e TI — é indispensável para criar confiança, autonomia e protagonismo na adoção da IA (Gartner, 2025a). O letramento em IA, promovido de modo transversal, não apenas prepara a equipe para lidar com novas ferramentas, mas também estimula visão crítica sobre os limites, riscos e potenciais da tecnologia.


Workshops imersivos, trilhas adaptadas para diferentes perfis, formação de multiplicadores internos e fóruns de trocas práticas são exemplos de iniciativas que aceleram a disseminação do letramento em IA. Empresas que tratam o tema como parte da estratégia colhem: maior agilidade em incorporar tendências, redução da resistência à mudança, qualidade na experimentação e, principalmente, alinhamento entre todos os níveis para decisões responsáveis e sustentáveis (Gartner, 2025a).

 

Engenharia e Squads Multidisciplinares — O alicerce para IA escalável


Outro elemento essencial do modelo de maturidade Gartner, e destaque da prática Appia, é a construção de times multidisciplinares dedicados à entrega contínua de valor em IA. O papel dos squads vai além do tradicional: cada célula une arquitetos/engenheiros de dados, cientistas de dados, engenheiros de IA/ML, especialistas do negócio, jurídico e compliance, sob liderança clara e objetivos compartilhados.


O funcionamento por sprints e ciclos ágeis garante revisão incremental de entregas e alinhamento constante a prioridades estratégicas. Além disso, os squads criam ambiente favorável ao reuso de padrões técnicos (design patterns), automação de fluxos, integração entre dados e monitoramento ativo da performance dos modelos. Essa integração torna possível migrar com segurança dos estágios iniciais à liderança — reduzindo desperdício, aprimorando governança e eliminando gargalos de comunicação citados pelo Gartner como entrave em empresas pouco maduras (Gartner, 2025a).

 

Tendências e próximos passos em maturidade de IA


O Gartner destaca que tendências como AI agents, decision intelligence e IA para augmentação de decisões já pressionam as organizações a fortalecer seus pilares estruturais. Até 2026, 75% das empresas do Global 500 estarão aplicando práticas de decision intelligence em IA, ligando dados, processos e resultados com precisão e rastreabilidade (Gartner, 2025b).


A maturidade também se traduz na adaptação às tecnologias emergentes, como IA composta, IA explicável, IA adaptativa, automação por plataformas modulares e uso responsável de fundações generativas e dados sintéticos em escala produtiva.

 

Conclusão


A maturidade em IA, quando orientada pelos sete pilares propostos pelo Gartner e acompanhada por uma metodologia realista como a da Appia, permite transformar expectativas em resultados concretos. Essa maturidade não é estática: é construída etapa por etapa, como um projeto estratégico de longo prazo que conecta áreas, impacta a cultura e cria valor contínuo para o negócio — de forma auditável, segura e humana.

 

Referências


 
 
 

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