Transformação Cultural: O Primeiro Passo para a Digitalização na Indústria
- Breno Lessa
- 13 de mai.
- 4 min de leitura
Transformação Cultural é o passo essencial para a digitalização na indústria. Descubra como mudar a cultura organizacional pode acelerar a adoção de tecnologias, engajar equipes e garantir resultados sustentáveis.

A transformação digital é uma necessidade estratégica para empresas industriais que buscam se manter competitivas em um mercado cada vez mais dinâmico e tecnológico. No entanto, o maior desafio dessa jornada não está apenas na adoção de novas ferramentas, mas na mudança da cultura organizacional. Sem uma cultura aberta à inovação, colaboração e aprendizado contínuo, qualquer investimento em tecnologia corre o risco de ser subutilizado ou até rejeitado pelas equipes (Deloitte, 2024; McKinsey & Company, 2017).
Por que a cultura organizacional é o maior desafio para a transformação digital
A cultura organizacional é composta por valores, crenças, práticas e comportamentos compartilhados por todos na empresa. Ela orienta como as pessoas interagem, tomam decisões e reagem diante de mudanças. Na indústria, onde processos tradicionais e hierarquias rígidas ainda predominam, promover uma transformação cultural é um desafio à parte (Deloitte, 2024).
A mudança cultural é reconhecida como um dos principais obstáculos para a transformação digital. Segundo a Harvard Business Review, cerca de 70% das iniciativas de mudança falham, em grande parte devido à resistência cultural, falta de engajamento das equipes e ausência de clareza sobre o propósito das mudanças (Beer & Nohria, 2000). A cultura organizacional define, na prática, como a empresa funciona, independentemente de organogramas ou declarações de missão e valores. Decisões do dia a dia, comportamentos encorajados e reconhecidos e o que é tolerado moldam o ambiente real (Deloitte, 2024).
Além disso, pesquisas da McKinsey mostram que obstáculos culturais têm correlação direta com desempenho econômico negativo. Empresas líderes que alcançaram sucesso em transformação digital, como BBVA, GE e Nordstrom, só obtiveram resultados sustentáveis ao respaldar suas estratégias tecnológicas com esforços intencionais para tornar a cultura mais colaborativa, aberta ao risco e centrada no cliente (McKinsey & Company, 2017).
Exemplos de empresas que mudaram a cultura para adotar IA e automação
Casos globais ilustram que a transformação cultural é o ponto de partida para a digitalização bem-sucedida. O BBVA, por exemplo, adotou uma cultura digital com foco em experimentação, colaboração entre áreas e aceitação do risco calculado, o que permitiu acelerar a inovação e a adoção de novas tecnologias (McKinsey & Company, 2017). A General Electric (GE) investiu em programas de liderança digital e na quebra de silos internos, estimulando a colaboração entre funções e a rápida resposta às demandas do mercado. Já a Nordstrom, tradicional varejista norte-americana, alcançou maior agilidade ao estimular equipes multidisciplinares e autonomia para testar e implementar soluções digitais voltadas ao cliente (McKinsey & Company, 2017).
Esses exemplos mostram que a mudança cultural não ocorre de forma orgânica ou espontânea. Ela exige ação proativa dos executivos, que precisam tratar a cultura com o mesmo rigor e disciplina das transformações operacionais, modificando elementos estruturais e táticos que possam dificultar a mudança desejada (McKinsey & Company, 2017).
Como engajar equipes e criar uma mentalidade orientada por dados
Engajar equipes para a transformação digital exige mais do que discursos. É necessário criar um ambiente onde o erro seja visto como aprendizado e a liderança atue como exemplo de abertura e transparência (Deloitte, 2024). A comunicação clara sobre objetivos, benefícios e expectativas é fundamental para reduzir inseguranças e resistências.
A construção de uma cultura orientada por dados passa por:
Diagnóstico cultural: Realizar pesquisas, entrevistas e grupos focais para entender a cultura atual e a desejada, alinhando comportamentos e objetivos estratégicos (Deloitte, 2024).
Capacitação contínua: Investir em treinamentos sobre novas tecnologias, análise de dados e metodologias ágeis.
Reconhecimento e valorização: Celebrar conquistas e aprendizados, destacando equipes que colaboram e inovam.
Participação ativa: Envolver colaboradores de diferentes áreas na cocriação de soluções, promovendo diversidade de ideias e senso de pertencimento.
Redução de barreiras e silos: Estimular a colaboração entre áreas e eliminar burocracias desnecessárias para acelerar a tomada de decisão (McKinsey & Company, 2017).
Essas práticas são essenciais para criar um entendimento comum das prioridades do negócio e da razão de sua importância. Quanto mais contexto e autonomia forem dados aos funcionários, maior será a capacidade de tomar decisões alinhadas à estratégia digital.
Tendências globais e brasileiras em cultura digital
Tanto no Brasil quanto no mundo, a cultura digital está em constante evolução. Organizações estão revisando suas estratégias para responder a mudanças externas e internas, com jornadas de transformação cultural que podem durar de três a cinco anos, mas já mostram resultados no primeiro ano quando pequenas ações são implementadas (Deloitte, 2024). O ritmo acelerado da disrupção digital faz com que empresas de todos os setores precisem revisar comportamentos, incentivar a colaboração e aceitar o risco como parte do processo de inovação (McKinsey & Company, 2017).
A tendência é que cada organização desenvolva uma solução personalizada para sua transformação cultural, seja por meio de estratégias lideradas pelo topo, seja por modelos de cocriação com públicos mais amplos. O importante é que a cultura seja gerenciada ativamente, com clareza de propósito e alinhamento entre liderança e equipes (Deloitte, 2024).
Sua empresa está pronta para a transformação?
A transformação cultural é o primeiro passo – e o mais importante – para a digitalização na indústria. Antes de investir em novas tecnologias, é fundamental avaliar se a empresa valoriza a inovação, se os colaboradores se sentem seguros para experimentar e aprender com os erros, e se a liderança está preparada para engajar e inspirar o time durante a mudança (Beer & Nohria, 2000; Deloitte, 2024).
Sem uma cultura organizacional aberta, colaborativa e orientada por dados, qualquer projeto de transformação digital corre o risco de fracassar. Por outro lado, empresas que colocam as pessoas no centro da estratégia e investem em cultura colhem resultados mais rápidos, sustentáveis e inovadores.
A Appia acredita que a verdadeira transformação começa pelas pessoas. Se você quer saber como preparar sua empresa para a era digital, conte com a nossa equipe para cocriar soluções que unem tecnologia, cultura e resultados reais. Sua indústria está pronta para dar o primeiro passo?
Referências
Beer, M., & Nohria, N. (2000, May). Cracking the code of change. Harvard Business Review. https://hbr.org/2000/05/cracking-the-code-of-change
Deloitte. (2024, April 30). Cultura é estratégia. https://www.deloitte.com/br/pt/services/consulting/perspectives/cultura-e-estrategia.html
McKinsey & Company. (2017, July 20). Cultura para a era digital. https://www.mckinsey.com/capabilities/mckinsey-digital/our-insights/culture-for-a-digital-age/pt-BR
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